Interações psíquicas e parapsíquicas - Rogério Coelho

A "sintonia" com os invisíveis vincula-se à reciprocidade vibracional de cada um

"Influem os Espíritos em nossos atos e pensamentos a tal ponto, que, de ordinário, são eles que nos dirigem."  (O Livro dos Espíritos - questão nº 459)

Milhares de criaturas penam sob o guante de terríveis obsessões, sem ao menos imaginar que estão recebendo induções magnéticas de Entidades inimigas e infelizes.

O Espiritismo esclarece de forma definitiva as condições em que funcionam os mecanismos desse sutil intercâmbio de vibrações, ensejando-nos conhecimentos indispensáveis para a nossa defesa e aproveitamento   desse potencial como fator de evolução. Entendendo os mecanismos da mediunidade e as leis que regem os mesmos, poderemos haurir das imarcescíveis fontes espirituais os recursos e subsídios ao nosso aprimoramento.

O exercício mediúnico deverá processar-se dentro dos padrões de segurança apregoados por Allan Kardec em O Livro dos Médiuns.  E, uma das questões que não se pode subestimar é a integridade moral de quantos se prestam a tais atividades, visto que a “sintonia” com os invisíveis vincula-se   à reciprocidade vibracional de cada um. Dessa forma, estaremos sempre em contato com os Espíritos que "vibram" em nossa faixa de sintonia.

Em esclarecedora página mediúnica, o nobre e lúcido Espírito Camilo[1] envia até nós,  pela psicografia do médium fluminense Raul Teixeira,  o  programa,  o roteiro,  o  caminho a ser trilhado por todos os que  sentem  o potencial mediúnico na intimidade do ser. Atentemos nas diretrizes do Mentor amigo: “(...) Não te recuses, nem lamentes, quando lograres os  registros paranormais, por meio dos  teus  próprios recursos  psíquicos,  concitando-te  a  assunção  das responsabilidades pequenas ou amplas na área da mediunidade.

Abre-te, feliz e devotado, ao serviço do Bem com o qual possas cooperar.  Não te lances à prática estridulante e torva. Mas, põe-te a estudar, com afinco, na busca da maior compreensão dos fenômenos que se dão contigo, quanto à tua volta.

Enquanto estudas a teoria que envolve o processo, não te esqueças de estudar a ti mesmo, teus hábitos mais íntimos, teus gostos mais imperceptíveis, teu espectro de humor, capazes de interferir, de modo feliz ou infeliz, de conformidade com o teor e o sentido que imprimes a esses hábitos, gostos e humores.

Quando chamado à prestação de serviços pelos caminhos da mediunidade, inicia a marcha pela vigilância que exercitarás em todos os momentos da tua existência.

Se, no estuário da juventude, o apelo mediúnico te chega, não lamentes a perda da folgança, supostos da   idade.   Mantém-te alegre e   prazenteiro, guardando-te, inobstante, no bojo da responsável conduta, que não deixará que te percas pelos dédalos das loucuras que são próprias não da mocidade, porém, de todos os indivíduos estúrdios e irrefletidos, em qualquer faixa etária em que estejam.

Não te imagines impossibilitado de tecer os sonhos de ventura doméstica, no âmago do matrimônio, antecipado do noivado doce dos entendimentos.  Entretanto, se abraças os tentames da mediunidade com Cristo, cuida-te para que não te deixes assediar pelos torpores das forças genésicas deseducadas, que, ao invés dos sonhos harmoniosos, poderão conduzir-te a pesadelos de frustração e dissabores sem retorno.

Conviverás com os amigos e companheiros de tua época, vivendo a moda no que tenha de descontraído e digno; contudo, resguarda-te na cautela para que não mergulhes nos vales da depravação moral ou da impudícia, em nome da idade jovem, nem cedas às invenções do vestuário torpe que, além de te fazer ridícula figura, ajustar-te-á às sintonias com Entidades burlescas que te explorarão a inexperiência para que te deprimas e não consigas servir nobremente à Seara da Luz.

Convocado ao ministério  relevante das interações parapsíquicas, não te atormentes diante do  impositivo de renunciares aos maus costumes, às banalidades e conversas vãs, aos  vícios  materiais  e  morais, aos  folguedos  perfeitamente dispensáveis, porque cansativos e inúteis, certo de que carecerás da  mente mais límpida possível, necessitarás dos pensamentos  os mais  educados  possíveis,  almejarás  a paz  íntima, a fim de comungares  com os Numes abençoadores que te procurarão a  antena mediúnica,  afastando-te das frequências abastardadas dos maus  e perturbadores”.

Para não cairmos nas traiçoeiras articulações dos inimigos da Luz, faz-se necessário jamais olvidarmos da firme e lúcida conclamação do "Discípulo Amado"[2]: "amados, não creiais a todo Espírito, mas provai se os Espíritos são de Deus".     

[1] - TEIXEIRA, Raul. Cântico da juventude. 2.ed. Niterói: FRÁTER, cap. 24.

[2] - 1ª Epístola, João, 4:1.



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