O grande a favor do pequeno

Somente quando nosso cérebro inteligente e nosso coração humano trabalham juntos em harmonia, podemos alcançar nosso verdadeiro potencial. Jane Goodall 

Quero correr este risco. Insistir que é preciso ensinar a criança a nutrir as forças da vida – alegria, amor, compaixão, bondade, tolerância, estima por si e confiança no seu próprio potencial –, pois só assim será possível amar a vida, toda a vida: com seus altos e baixos, suas fases de trevas, suas texturas de luz.

Que as crianças precisam de educação, não há dúvidas. Mas se a escola se ocupa com a instrução (cujo currículo deveria dar lugar hoje à outra coisa, mas isso é assunto para outro escrito), os pais têm a tarefa de ajudar o filho a descobrir a vida sem o vexame das expectativas sem graça dos adultos.

Vou contar uma história que aconteceu de verdade. Sobre uma moça de 35 anos, minha amiga. Margarete, que teve sucesso escolar – queria gastronomia, mas seu pai queria engenharia civil. Quando se tornou engenheira, ela considerou que seria infeliz por toda a vida. Levada por sua natureza sensível e criativa, decidiu pôr em prática o seu anseio por desabrochar, substituindo de maneira gradativa o dever injusto (ser engenheira) pelo desejo justo (ser cozinheira). Margarete estudou e se dedicou até garantir a si mesma a função de chefe de cozinha em um restaurante respeitado em São Paulo. É um exemplo simples que ilustra bem quanto é sem sentido educar os filhos utilizando métodos que se ocupem enfaticamente em fazê-los adultos produtores em vez de pessoas boas, inspiradoras e cidadãos felizes.

Em casa, no lar, permitir à criança descobrir-se e ao mundo à sua volta em um ambiente acolhedor, orientado por amor benevolente, que reconhece que cada ser humano tem o direito de vibrar de acordo com seu ser profundo. Porque é isso que promoverá a qualidade do viver juntos. Afinal de contas, tanto a felicidade quanto a infelicidade estão dentro de nós. Já pensaram no que isso implicaria?



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