A conversão do ateu Belarmino de Queiroz e Sousa - Roni Maia

Extraímos esse interessante caso[1] de Memórias de um Suicida, ditado pelo espírito Camilo Cândido Botelho (pseudônimo dado pela médium Yvonne A. Pereira a Camilo Castelo Branco) sobre Belarmino de Queiroz e Sousa, o qual foi materialista ferrenho e adepto do positivismo.

Após serem recolhidos do Vale dos Suicidas ou Vale Sinistro, de lá foram retirados, pela Legião dos Servos de Maria, os cinco espíritos de origens portuguesas em suas vidas autodestruídas – Camilo Cândido Botelho (tiro no ouvido), Jerônimo de Araújo Silveira (tiro no ouvido), Belarmino de Queiroz e Sousa (corte nos pulsos), Mário Sobral (enforcamento), João d’Azevedo (envenenamento) – além de outros espíritos suicidas direcionados e  instalados em uma Colônia Correcional, dentro do Hospital Maria de Nazaré.

Belarmino de Queiroz e Sousa havia sido um professor de Dialética, Filosofia e Matemática. De porte franzino, ateu positivista, poliglota, havia sido honorificado como Doutor pela Universidade de Lisboa; mantinha-se a polidez e a educação adquiridas. Na vida corpórea, encurtada pela tragédia do autocídio, ele foi adepto de Augusto Comte (positivismo). Ele viveu  amargurado, sem esperança, voltado às letras, e nada mais. Acometido pela tuberculose (sem tratamento eficaz naquele século XIX), desiludido, recorreu ao corte nos pulsos, porque pensava que terminaria no túmulo o seu sofrimento físico – em função do entendimento materialista que ele possuía e entendia que concluiria daquela maneira a crise da sua saúde com a eliminação do mal que dele se apossara, após o contágio de uma doença infecciosa, por meio do bacilo de Koch (tuberculose) sem nenhum tratamento eficaz naquele tempo pregresso.

Decorrido certo tempo, com as devidas internações na enfermaria espiritual, eles foram tratados e orientados, com o restabelecimento de seus respectivos perispíritos, o que lhes permitiu a participação em atividades fora da enfermaria, e todos foram assistir a palestras educadoras, o que levou ao despertamento paulatino do ateu convicto, em questão,  da mesma maneira como a que ocorre no processo da lapidação de um diamante bruto. Transcorrido algum tempo em estudos fornecidos pelos doutrinadores, e o reerguimento por meio de lições cristãs, com a prática da oração e reflexões evangélicas, Belarmino modificou-se.

O momento mais comovente aconteceu após o processo de autoeducação. Belarmino revelou aos amigos sua transformação – admitia-se um imortal! Demorado o prazo necessário, e sendo ele transformado com o ingresso nos estudos da Cidade Universitária – amparado por entidades venerandas como Doris Mary Steel da Costa e Rita de Cássia de Forjaz Frazão –, o ex-ateu passou a orar e a se valer do que apreendia como espírito. Visitou Lisboa, na companhia espiritual do amigo Camilo Castelo Branco, lembrou-se de sua mãe (seus pais eram positivistas, e a mãe muito influenciara o filho), e almejou rever sua genitora. Foi atendido.

O espírito de sua mãe, uma vez refeito e despertado das impressões que tal espírito possuía em relação ao Nada, foi levado ao reencontro do filho já restabelecido, renovado perante o antigo entendimento de quando estivera na última encarnação – assim como a genitora de Belarmino (pensamento que não desvanece do ser imortal). E aquele espírito (a mãe), após vagar por regiões lúgubres, passou por tormentos em ambientes sombrios, e uma vez recuperado espiritualmente reviu o filho restabelecido e convertido à crença em Deus. Dessa forma, caros leitores, muitos ateus no mundo físico ou extracorpóreo refizeram-se em seus pontos de vista materialistas e  converteram-se  à crença em Deus.

 

Roni Ricardo Osorio Maia reside em Volta Redonda (RJ).


[1] Adaptado de nosso livro Sob os olhares da compaixão (Ed. Nova Consciência - 2025).



Comentário

0 Comentários