A existência dos meninos-prodígios é uma prova evidente da reencarnação
Os léxicos indicam o substantivo menino-prodígio para designar a criança excepcionalmente precoce e dotada, tema focalizado recentemente em um programa da Rede Globo de Televisão, em que diversas crianças superdotadas se apresentaram e surpreenderam a todos com suas incríveis habilidades.
O fato suscitou, como era de esperar, a seguinte pergunta: Como o Espiritismo, que tem na reencarnação um de seus princípios fundamentais, explica a existência dos meninos-prodígios?
Para os que pensam e ensinam que os anjos foram feitos assim – inteligentes, virtuosos, inacessíveis às doenças que atingem o homem – não é difícil pensar como o matemático francês Henri Poincaré, que acreditava no talento congênito. “Matemáticos nascem; eles não são feitos”, disse Poincaré, ou seja, tal como os anjos, os meninos-prodígios teriam sido gerados assim.
Sabemos, no entanto, no que diz respeito a nós humanos, que nada na vida se conquista de graça. Aprender uma disciplina e tornar-se nela um especialista respeitado exigem dedicação, estudo e, sobretudo, muito tempo.
Então, como explicar os talentos precoces, as crianças superdotadas e suas habilidades especiais? Teriam essas pessoas sido criadas assim, recebendo de Deus um privilégio que não é concedido à maioria de suas criaturas?
Como a existência de meninos-prodígios não constitui uma novidade dos nossos tempos, Allan Kardec tratou do assunto em meados do século 19, quando formulou aos Espíritos Superiores a seguinte pergunta:
– Qual a origem das faculdades extraordinárias dos indivíduos que, sem estudo prévio, parecem ter a intuição de certos conhecimentos, o das línguas, do cálculo, etc.?
Os Espíritos responderam: “Lembrança do passado; progresso anterior da alma, mas de que ela não tem consciência. Donde queres que venham tais conhecimentos? O corpo muda, o Espírito, porém, não muda, embora troque de roupagem.” (O Livro dos Espíritos, questão 219.)
A Doutrina Espírita é, pois, categórica quanto a esse assunto. Não existem privilégios na obra da Criação. Os meninos e os jovens prodígios nada mais são que Espíritos reencarnados que conseguem acessar com facilidade, por um mecanismo que não é facultado à maioria das crianças e dos adolescentes, as conquistas intelectuais que fizeram em vidas passadas com esforço, dedicação e muito estudo.
Assim, os meninos-prodígios, longe de representarem indícios de um privilégio inadmissível por parte do Criador, são uma das provas mais evidentes da reencarnação, doutrina que, muitos séculos antes do advento do Espiritismo, foi ensinada por Pitágoras, Sócrates, Platão, Jesus e revigorada, nos tempos modernos, pelo Espiritismo.
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