A força da oração
Dois jovens casaram-se muito apaixonados e, algum tempo depois, uma linda menina veio enriquecer-lhes o lar.
A pequena Raquel tinha tudo o que desejava para ser feliz: uma vida confortável em que nada faltava e o amor dos pais.
Raquel, já com quatro anos, notou que alguma coisa não ia bem entre seus pais. Brigavam e discutiam por coisas pequenas e, muitas vezes, cochichavam para que ela não pudesse entender. A menina percebeu que algo estava acontecendo e ficou preocupada.
Seu coraçãozinho ficou apertado ao ver um dia sua mãe chorando escondida no quarto. Aproximando-se da mãe, ela colocou a mão no seu colo e perguntou:
— Mamãe, por que você está chorando?
A mãe ergueu a cabeça, assustada, enxugou as lágrimas e respondeu para acalmá-la:
— Não é nada, filhinha. Mamãe estava com um cisco nos olhos, mas já saiu!
— Onde está o papai?
— Foi trabalhar. Daqui a pouco ele volta para o almoço. Agora, vá brincar com suas bonecas, filhinha, que a mamãe vai fazer o almoço. Está bem?
A pequena Raquel saiu e foi para o seu próprio quarto. Algo lhe dizia que a sua felicidade estava para acabar, e ela não sabia o que fazer. Chorou conversando com suas bonecas e acabou por adormecer.
De repente, Raquel acordou e escutou vozes alteradas na sala. Seus pais estavam brigando. Aflita, ficou no corredor escutando o que diziam.
Seu pai reclamava, gesticulando e afirmando:
— Os negócios não vão bem e estamos para perder tudo o que possuímos. Estou arrasado. Além disso, nosso casamento também vai mal. Discutimos muito e acho melhor nos separarmos. Tudo vai mal. Vou deixar esta casa ainda hoje.
E a mãe, chorando, suplicava:
— Não faça isso. Você não pode jogar fora nosso amor como se não fosse nada. E nossa filhinha? Raquel o ama muito e vai sofrer! Tenha esperança que tudo se resolve, querido. Sei que tenho estado nervosa, irritada, mas é por causa da situação. Prometo que vou melhorar. Tudo passa.
Raquel voltou para seu quarto, fechou a porta e pôs-se a chorar. Ela precisava fazer alguma coisa para ajudar, mas o quê?
Nesse momento, ela se lembrou de que a mãe sempre lhe dizia que, diante de qualquer dificuldade, o melhor é pedir ajuda a Jesus. Então, Raquel pegou suas bonecas preferidas e ajoelhou-se ao lado da cama, fazendo o mesmo com elas, e fez uma prece:
— Querido Jesus, mamãe me ensinou que quando estamos com um problema devemos buscar a sua ajuda. Então, eu lhe peço por minha mamãe, por meu papai e por mim. Não posso ver meus pais separados, como aconteceu com uma amiguinha da escola. Posso ficar sem meu quarto, minha casa tão bonita, meus brinquedos e até meu cãozinho. Só não posso ficar sem minha família. Se ficarmos juntos, tudo se resolve. Por favor, Senhor, faça com que eles entendam que o mais importante é o amor.
Os pais de Raquel, que haviam parado de brigar por alguns instantes, ao ver tudo tão quieto na casa, ficaram preocupados.
— Onde será que está Raquel? — perguntou a mãe.
Imediatamente eles foram procurá-la. Abriram a porta do quarto sem ruído, justamente no momento em que Raquel se preparava para orar, e depararam a linda cena: a filhinha ajoelhada aos pés da cama com suas bonequinhas.
Emocionados, eles acompanharam a prece que ela fez, unindo seus pensamentos aos dela. Quando Raquel terminou de orar, eles entraram no quarto e deram um grande abraço na filha. Depois, eles trocaram um olhar e o pai disse:
— Filhinha, não se preocupe. Está tudo bem. Também acredito que, com amor e boa vontade, tudo se resolve. Deus é Pai e nunca deixa de atender aos nossos pedidos.
E Raquel respirou fundo, abrindo um lindo sorriso.
Ela sabia que Jesus a ajudaria, mas não pensou que a resposta fosse tão rápida!
Tia Célia

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