A palavra: Uma visão psico-quântica - Arleir Bellieny

Aprendemos com a Física Quântica que o que acontece a um objeto num determinado ponto estabelecido, podemos chamar de ponto X, afetará outro objeto no ponto que vamos chamar aqui de ponto Y, não importando a distância que poderá estar separando, seja próximo ou a milhões de quilômetros do ponto X.

A Ciência moderna desconhece o método em que as partículas subatômicas interagem, a maneira com que se envolvem e suas respectivas posições etc. O fato é que isso acontece independente da vontade humana. Ao dirigirmos a palavra, falada ou escrita, em público ou para uma pessoa, pensamos ou verbalizamos, nosso cérebro emite vibrações que podem escapar ao nosso entendimento e compreensão. Nossos sentimentos associados as nossas emoções, formam juntos, verdadeira turbina de energias psíquicas, que, quando lançadas ao espaço, podem tomar direções e dimensões incontrolável. Alguns, rotulam suas ideias em palavras lançadas, recheadas de argumentos, ideologias, afirmativas, verberam ter a personalidade forte, querem ter razão em tudo, se dizem os paladinos da verdade.

Sua palavra é lei. Não admitem ser confrontados por acreditarem que sua é a maneira mais adequada de ver e sentir os fatos. A arrogância e a soberba se fazem presentes nos gestos e atitudes expressas. Lembro-me de Sigmund Freud, no texto de 1890 (obras completas), que ficou conhecido como tratamento psíquico ou anímico, onde ele argumenta que a (psychê) seria o cerne do tratamento psíquico ou da vida anímica, que consiste em afetar a alma através da palavra que pelo seu efeito e poder terapêutico, poderiam drenar e eliminar as perturbações psicológicas já somatizadas. Proferida de forma irônica, chula, com cinismo, causam efeitos que podem alterar a maneira de pensar, sentir e agir do indivíduo e de quem mais possa estar envolvido no processo.

Por outro lado, quando é sincera, harmônica, inspiradora, equilibrada, acompanhada de sentimentos de ajuda e cooperação, pode alcançar os escaninhos mais profundos dos nossos arquivos psíquicos, revigorando e estimulando nossos ânimos, acendendo em nossos espíritos, a chama da alegria, da harmonia, do amor, vontade de crescer, de mostrar-se para o mundo, isso nos aproxima do Deus interior em conexão com o que não havíamos ainda percebido que somos capazes de solucionar.

Segundo a Escala das Emoções, do Dr. David Hawkins, o amor (500 Hz), a alegria (540 Hz), a paz (600 Hz), a iluminação (700 Hz ou acima) e a consciência final (1000 Hz), nos conduz a uma constatação que, ao elevarmos as nossas vibrações nos aproximando do amor, ou, da alegria, da paz, estaremos a caminho da iluminação, e com isso, cada vez mais, senhores dos nossos propósitos e dos nossos destinos, numa frequência que favorece a realização e a materialização dos nossos pensamentos, influenciando os demais que coabitam conosco em qualquer estância; material ou espiritual. Gosto dessa citação de Siddharta Gautama: “A lei da mente é implacável. O que você pensa, você cria; o que você sente, você atrai; o que você acredita, torna-se realidade.”

O propósito dessas breves anotações, é para que venhamos a refletir sobre o cuidado para com as nossas palavras, com o que sai da nossa boca ou dos nossos escritos. Sugiro que a vigilância seja permanente para que evitemos adquirir culpas e ou compromissos inadequados, permitindo que flua das nossas entranhas, reações pouco lisonjeiras que possam atingir a outrem, causando constrangimentos e dores psíquicas, as conhecidas dores da alma.

No livro de Gálatas, 6-7-8 da Bíblia sagrada, encontra-se assentado um provérbio: “A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória”. E vale lembrar, que a quantidade de sementes que se colhe é, invariavelmente, centuplicada ao número de sementes plantadas. Cabe nessa afirmativa, um cem número de interpretações, que deixo a cargo das elocubrações do leitor. Antes de plantar, o lavrador prepara a terra para receber as sementes que deseja que ali dê frutos sazonados; após o plantio, mantem a sua atenção e cuidados afastando as ervas daninhas das proximidades dos grãos que estão germinando do seio da terra.

Tal qual o agricultor, somos convidados permanentemente ao cultivo dos nossos pensamentos, para que nossas palavras, ao serem construídas corporificando ideias, sejam efetivamente, para semear confiança, justiça, serenidade, entendimento, equilíbrio, razão, amor, paz, alegria, e iluminação nos arredores da nossa existência. A inserção na escola da vida, nos propõe oportunidade, para que possamos alcançar novos parâmetros de comportamento na escala espiritual. A citação de Abraham Maslow, completa esse pensamento: “O que é necessário para mudar uma pessoa é mudar a consciência de si mesma” ... “Um músico deve compor, um artista deve pintar, um poeta deve escrever, caso pretendam deixar seu coração em paz.

O que um homem pode ser, ele deve ser. A essa necessidade podemos dar o nome de autorrealização”. Portanto, não importa a distância que possamos estar do ponto que desejamos alcançar com nossas vibrações positivas, nas proximidades da frequência do amor, deixemos que as sementes de bondade, lucidez, harmonia, entendimento, aceitação, perdão e autoperdão, que já foram plantadas em nossos corações, floresçam, perfumando nossas almas junto àqueles que conosco caminham em direção ao infinito.



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