Como viver a morte - Hugo Novaes
Viver a morte é compreender que ela não é o fim, mas a continuidade natural da vida. Em O Livro dos Espíritos, Allan Kardec ensina que a morte é apenas a libertação da alma, que retorna ao mundo espiritual para colher os frutos de suas experiências e preparar novos caminhos de progresso.
Em O Livro dos Médiuns, Kardec mostra que a comunicação com os Espíritos é prova real da imortalidade da alma. Por meio das manifestações mediúnicas, o homem percebe que os que partiram continuam a pensar, sentir e amar, confirmando que a vida prossegue além do túmulo.
Em O Evangelho Segundo o Espiritismo, aprendemos que a fé raciocinada transforma o medo da morte em serenidade. O Espírito que compreende a vida futura já vive em harmonia com as leis divinas, sabendo que cada ato presente repercute no porvir.
Em O Céu e o Inferno, Kardec demonstra, através de inúmeros depoimentos de Espíritos, que a morte reflete o estado moral do indivíduo. Os bons encontram paz e libertação; os que viveram no egoísmo e no apego à matéria enfrentam perturbações passageiras, até reconhecerem o verdadeiro sentido da vida. A justiça divina, sempre misericordiosa, oferece a todos o caminho da reparação e do recomeço.
Na Revista Espírita (fevereiro de 1859, artigo “O Espírito de um avarento”), Kardec também apresenta exemplos que confirmam essa lei: o modo como se morre depende do modo como se viveu. A vida moral prepara a alma para o despertar tranquilo no além.
Em A Gênese, ele ensina que a morte é parte das leis universais de transformação. Nada se destrói, tudo se renova. O Espírito, ao deixar o corpo, prossegue sua ascensão, levando consigo apenas as virtudes e os conhecimentos conquistados.
Viver a morte, portanto, é viver espiritualmente, cultivando a fé, o amor e o desapego. Quem aprende a morrer a cada dia — renunciando ao egoísmo e à ilusão da posse — descobre que a verdadeira vida já começou, porque o Espírito imortal jamais cessa de existir.

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