Depois da morte a vida é melhor - Arnaldo D. R. de Camargo

... se os homens encarnados entendessem a beleza suprema da vida! se apreendessem, antecipadamente, algo dos horizontes sublimes que se nos apresentam depois da morte do corpo, certamente valorizariam, com mais interesse, o tempo, a existência, o aprendizado! -  André Luiz (Chico Xavier) - Obreiros de vida eterna - FEB

Só temos uma vida, a vida do espírito, única, universal, agora, para sempre. Mas, temos estágios onde vamos aprendendo e, quando despertamos a consciência, percebemos que cada amanhecer é um dia a menos nessa dimensão; é como se Deus falasse conosco: recomece, aproveite, faça o melhor, estou contigo todos os dias, em todos os caminhos.

Quando chega a noite, e vamos descansar, não há bênção maior que a consciência tranquila e em paz por ter feito o melhor para si e para o próximo. Ainda aí é necessário parar e fazer a reflexão: o que posso fazer melhor, onde me equivoquei e posso me corrigir? Porque errar não é pecado, é aprendizado, porém, tem consequências.

De tempo em tempo surgem doenças de difícil tratamento ou cura, algumas que afetam alguns aqui, outros ali; têm também aquelas que atingem uma imensidão e se espalham como o fogo nas florestas.

Hoje não se cura, mas se controla, o câncer, a aids também; houve um tempo em que a doença da tuberculose, conhecida e temida como “tísica”, era avassaladora; conhecidos são os casos de morte de muitos poetas jovens.

No Brasil tem uma história interessante de Fábio, um senhor casado, pai de dois filhos, que cultivava a espiritualidade, amante da meditação, e que contraiu a tuberculose; apesar de ainda jovem e com os filhos pequenos sabia que o corpo não resistiria por muito tempo.

Fábio instituiu, desde os primeiros dias de matrimônio, o culto doméstico da fé viva, preparando a esposa, os filhinhos e outros familiares para o esclarecimento dos problemas essenciais da compreensão da vida eterna. Em virtude da perseverança no bem que lhe caracterizou as atitudes, sua libertação do corpo ser-lhe-ia agradável e natural – seu Silvério, o pai (falecido) veio receber seu espírito. Fábio soube viver bem, para bem morrer.

A tuberculose minara-lhe os pulmões. Diante do fato irreversível, chamou a esposa e pediu para conversar com os filhos:

“Vocês sabem hoje que nosso Mestre não morreu. Levado ao suplício e à morte, voltou do sepulcro para orientar os amigos e continuadores. Ele, pois, nos auxiliará para que prossigamos unidos. Quando eu fizer a viagem da renovação, tenham calma e otimismo. Não chorem, nem desfaleçam. Com lágrimas, não serão úteis à mamãe, que precisará naturalmente de todos nós. Deus espera que sejamos alegres na luta de cada dia, para sermos filhos fiéis ao seu divino amor” (André Luiz/Chico Xavier - Obreiros de vida eterna – FEB).


Arnaldo Divo Rodrigues de Camargo é diretor da Editora EME



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