E a idade chegou, inexorável - Eleni Frangatos
De repente...
Você já reparou como ela chega como um solavanco? De supetão? E nós, que pensamos ainda ter uns anos bem bons pela frente, nos apercebemos de que temos pouquíssimo tempo, se comparado com o que já vivemos. E aí vem um atordoamento: falta pouco tempo para a passagem. Mas, até nós espíritas - que acreditamos na vida para além da morte - mesmo assim, em alguns casos, vivemos angustiados com a hora que se aproxima. Esquecemos que desde o momento em que nascemos já estamos descontando o tempo para a morte física ou passagem espiritual.
E aí, há aqueles que se atordoam dizendo e pensando com seus botões: A nossa hora já está marcada. Não adianta. Mas, mesmo assim, correm para os médicos para saber se aquela súbita pontada no coração, ou fisgada na panturrilha, significa alguma coisa séria. Quando o médico diagnostica que nada é grave e que a pessoa precisa perder peso, fazer uma alimentação mais adequada e colocar a cachaça de lado, a pessoa já diz, meio irritada: Isso tudo eu já sabia. Gastei com o médico para ele me dizer o que eu já sabia. E aí vem uma voz que conhecemos tão bem e que sempre está conosco: Eu venho lhe dizendo isso há anos e você nunca me atende e muito menos me escuta. Você é o “chico sabe tudo”. Agora aguenta. (e a voz interna some do cenário). E ali fica o Chico sabe tudo ruminando para o Chico meio perdidão sem saber o que fazer e principalmente no que vai dizer em casa, porque sabe a chateação que vai ter com a mulher atazanando cada vez que pegar num cigarro, numa bebida, numa carne de porco com aquela gordurama toda, ou uma cervejada com os amigos de farra...
O tempo é curto. A vida é sua. Faça o que tiver vontade e o que lhe der prazer desde que não prejudique os outros. Faça o melhor que puder e agradeça pelo que já viveu.
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