Francisco Ignacio Madero González

Nasceu em 30 de outubro de 1873, na Fazenda de "El Rosario", em Parras de la Fuente, Estado de Coahuila, no México. Seus pais foram Francisco Ignacio Madero Hernández e Mercedes Gonzáles Treviño.

Madero procedia de uma família de boa posição social e econômica. Teve quatro irmãos: duas mulheres e dois homens, dos quais Raul faleceu com pouca idade, em consequência de um acidente.

Iniciou seus estudos na Fazenda de "El Rosario", onde aprendeu a ler e escrever. Prosseguiu sua instrução no Colégio de San Juan, de Saltillo Coahuila, colégio dirigido por Jesuítas. Aos treze anos deixou a cidade de Saltillo para ir a Edimburg, Estado de Maryland, no Colégio Mount St. Mary, onde permaneceu por três anos, indo para Paris, em 1889. Nesta cidade, também permaneceu por três anos realizando estudos em Escolas de Comércio.

Durante esse tempo, em 1891, chegou às suas mãos a Revue Spirite, órgão da "Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas", fundada por Allan Kardec, revista da qual seu pai era assinante. Sua mente juvenil e livre de prejulgamentos facilitou o entendimento e a profundidade das ideias espíritas que impregnaram seu ser de novos conceitos, como ele expressou em suas Memórias: "Com grande interesse li todos os números que encontrei da Revue Spirite e logo dirigi-me às oficinas da mesma que é onde existe a grande livraria espírita. Meu objetivo era comprar as obras de Allan Kardec que havia visto recomendadas em sua Revista. Não li livros, mas, sim, devorei-os, pois suas doutrinas tão racionais, tão belas, tão novas, seduziram-me e, desde então, considerei-me espírita”.

Durante sua estada na França, frequentou vários Centros Espíritas. Conheceu Léon Denis, traduzindo, depois, deste autor, Après la Mort (Después de la Muerte, em espanhol).

Madero regressou ao México em 1892, aos 19 anos de idade, com a mente impregnada de bons propósitos e inquietudes fazendo chegar, da França, novos livros e revistas que lia em francês, com ávido interesse em aprender. Porém, "dotado de grande consciência, - disse seu biógrafo Natividad Rosales -, se dava conta de que sua vida encaminhava-se pela rampa fácil do prazer e, abandonando a vida de dissipação, fez-se vegetariano”. E voltou ao Espiritismo, com decisão. Integrou-se a um Grupo de Estudos Psicológicos e em 1906 foi nomeado Delegado do PRIMEI-RO CONGRESSO ESPÍRITA que ocorreu na capital mexicana e se iniciou em 31 de março, aniversário da desencarnação de Allan Kardec.

Durante esse tempo, no ano de 1907, escreveu o livro Manual Espírita, dedicado aos jovens de seu tempo e assinado com o pseudônimo de Bhima.

Um dos Espíritos que se manifestaram no início do desenvolvimento de sua faculdade mediúnica escrevente foi seu irmão Raul, a quem muito havia amado e com quem tinha especial afinidade. Sua manifestação mediúnica escrevente ocorreu desde o ano de 1901, em um Centro Espírita, quando contava com 28 anos de idade e se encontrava em Paris.

Madero tinha vocação médica. Estudou Homeopatia e Magnetismo, que aplicou, amorosa e gratuitamente, aos enfermos, ao seu povo por quem se sentia muito ligado, muito humanizado.

O exercício da prática mediúnica e a oração, recomendada pelo Espírito Guia, assim como a luta cotidiana para superar sua moral, fizeram de Madero um novo personagem revestido de alta dignidade e madureza. A Doutrina Espírita fazia, dele, um homem reto, fino, com inclinações para o bem à humanidade, o que o fazia irradiar bondade e amor à Pátria e decidir-se, em um novo e alto ideal que mais tarde ele haveria de traduzir em decisão, força e até sacrifício.

Compenetrado dos problemas sociais e políticos do país, e iluminada sua mente por altos ideais, escreveu o livro La Sucesión Presidencial, em que atacava as situações existentes, políticas e sociais, do governo. O livro ameaçava sua vida e a de sua família, mas mesmo assim foi publicado. A obra teria sido inspirada por cartas que ele considerava ter recebido de Espíritos por meio de sua mediunidade. Madero, para preocupação de sua família, decidira mobilizar uma revolução política.

Os distúrbios, depois, as conspirações internas, o plano para provocar a troca de poderes existentes, fez perfilar o único homem de valores íntegros que devia ocupar a Presidência para derrotar Don Porfírio Diaz. Vieram as eleições presidenciais e Madero foi eleito, tendo servido como 37º presidente do México de 1911 até pouco antes de seu assassinato em 22 de fevereiro de 1913.



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