Imperfeições

Ante o serviço a fazer, evitemos a escuridão das horas frustradas.

Nós que alongamos os braços, a cada instante, para recolher sustento e proteção, consolo e carinho, saibamos estender igualmente as mãos para auxiliar.

Declaras-te inabilitado a servir. Entretanto, é buscando servir que te promoves à galeria da confiança.

Afirmas-te em padrão muito baixo para a feitura das boas obras. Entretanto, é nas boas obras que fulge o caminho da elevação.

Asseveras-te espírito devedor e, por esse motivo, desertas do culto à fraternidade. Entretanto, é no culto à fraternidade que encontramos recursos ao resgate dos próprios débitos.

Acusas-te entediado e, por isso, renuncias às lutas edificantes. Entretanto, é nas lutas edificantes que recuperarás a tua alegria.

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Haja o que houver, não te proclames inútil.

Há muita gente que se lastima da falta de virtude, para fugir-lhe ao ensinamento, olvidando que, se já fôssemos consciências aprimoradas, ninguém recorreria na Terra ao merecimento da escola.

O    vaso simples, se necessário, é mandado ao conserto.

O    carro em desajuste recupera-se na oficina.

O    móvel quebrado encontra refazimento.

A roupa manchada alimpa-se na água pura.

Ë impossível, desse modo, que a Divina Sabedoria não dispusesse de meios, a fim de reabilitar-nos. E, a fim de reabilitar-nos, deu-nos a cada um a possibilidade de auxílio aos outros.

Todos temos, portanto, no trabalho do bem, nosso grande remédio.

Se caíste, surgirá ele como apoio em que te levantes.

Se amargurado, ser-te-á reconforto.

Se erraste, dar-te-á corrigenda.

Se ignoras, abençoar-te-á por lição.

Deus sabe que todos nós, encarnados e desencarnados em serviço na Terra, somos ainda espíritos imperfeitos, mas concedeu-nos o trabalho do bem, que podemos desenvolver e sublimar, segundo a nossa vontade, para que a nossa vida se aperfeiçoe.

Do livro Seara dos Médiuns, cap. 25, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.



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