Manoel Fernandes Figueira

Nasceu no Rio de Janeiro, a 18 de dezembro de 1829 e retornou ao Plano Maior, na mesma capital, em 26 de novembro de 1918, um mês antes de completar 89 anos de idade.

Manoel Fernandes Figueira, espírita e médium atuante no século XIX e começo do XX, foi um dos fundadores da Federação Espírita Brasileira. Era Natal de 1883 quando, juntamente com outros companheiros como Augusto Elias da Silva, Francisco R. Quadros, Xavier Pinheiro, Silveira Pinto, Romualdo Nunes e Pedro da Nóbrega, deliberaram fundar uma sociedade destinada a federar todos os grupos com um programa equilibrado e misto.

Esses amigos costumavam reunir-se na casa de Augusto Elias, na rua da Carioca nº 120, às terças-feiras, para confraternização espiritual e resolveram transformar esse grupo íntimo numa entidade jurídica de vastos horizontes. Na reunião seguinte, no de 1º de janeiro de 1884, aprovaram o plano da Federação Espírita Brasileira. O médium Manoel Fernandes Figueira leu um interessante "acróstico" de "federação espírita brasileira", escrito na véspera, em cujos dois últimos versos se pôde ver a verdadeira finalidade da agremiação: "Reunindo em um forte, indissolúvel laço, A crente comunhão espírita brasileira." No dia 2 de janeiro de 1884 foi escolhida a primeira diretoria da FEB (Quadros, Manoel Fernandes Figueira, Silveira Pinto, Xavier Pinheiro e Augusto Elias).

Manoel Fernandes Figueira tornou-se espírita quando o Major Ewerton Quadros lhe emprestou O Livro dos Espíritos, que de início não quis ler por puro preconceito. Por insistência do amigo leu e empolgou-se com a lógica e a clareza dos ensinamentos ali contidos. A partir daí, ele tornou-se um dos baluartes do movimento espírita no Rio de Janeiro, até os últimos instantes de sua vida terrena. O “Reformador”, revistas e jornais de sua época falam de seus feitos em prol da propaganda espírita, encabeçando movimentos que ficaram nos anais da Doutrina.

Em 12 de dezembro de 1888 fundou o "Centro de Estudos Espiríticos", que funcionou na sede da FEB desde a data de sua fundação até janeiro de 1916, sob sua presidência. Quando a Federação atravessou em 1895 uma tremenda crise, Manoel Fernandes Figueira estava entre os que se decidiram pelo convite ao médico Dr. Bezerra de Menezes para que assumisse a presidência da entidade. Os outros eram Dias da Cruz, Elias da Silva e Alfredo Pereira.

Em 1916, no mês de janeiro, o Centro de Estudos Espiríticos passou a funcionar no bairro do Méier, na União Espírita Suburbana. Anos depois de sua desencarnação, no dia 2 de dezembro de 1929 foi sugerida a mudança do nome da instituição para Centro Espírita Fernandes Figueira. Quarenta e nove anos depois o C.E. Fernandes Figueira passou a denominar-se União Espírita Fernandes Figueira e Bezerra de Menezes, em virtude de sua fusão com o Grupo Espírita Bezerra de Menezes, que fora fundado em 26 de dezembro de 1962. A instituição funciona até hoje no bairro do Méier, sendo um dos mais antigos do Brasil, com 131 anos de existência.

Manoel Fernandes Figueira foi funcionário da antiga Central do Brasil. Como tinha de viajar constantemente, em virtude de sua profissão, aproveitava para divulgar a Doutrina Espírita pelo Brasil afora.

Em 10 de dezembro de 1911, quando foi inaugurado o prédio definitivo da Federação, na Av. Passos, n° 30 - hoje sede seccional da FEB no Rio de Janeiro -, proferiu a última alocução do programa festivo do evento.

Nessa palestra descreveu como foi o surgimento da FEB., bem como o advento do Espiritismo no planeta Terra desde seus primórdios, com muita propriedade, conhecimento e inspiração. Num dos trechos de sua alocução proferiu:

"Espiritismo, ciência divina, laço complacente do plano incomparável da Criação, que nos faz prelibar as venturas de uma perfectibilidade desconhecida, a ti meu profundo reconhecimento, admiração e amor!”



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