Muito e pouco

É na bênção do “pouco” que rasgas, de imediato, a senda ideal para o sol da alegria.

Enquanto o «muito» é constrangido a sopesar res­ponsabilidades maiores, no campo dos compromissos que envolvem o bem geral, podes, com o fruto do teu tra­balho, semear a divina felicidade que nasce do coração.

Dentro do “pouco” que te limita a existência, aten­derás, desse modo, às necessidades que, hoje, aparentemente sem expressão, quais sementes desvaliosas, serão, de futuro, verdadeiras messes de talentos celestiais.

É assim que solucionarás modestas despesas de con­teúdo sublime, quais sejam:

O copo de leite para a criança necessitada...

A sopa eventual para os que passam sem rumo...

O remédio para o doente esquecido...

O socorro fraterno às mães caídas em abandono...

O agasalho singelo aos hóspedes da calçada...

O prato adequado ao enfermo difícil...

O colchão que alivie o paralítico em sombra...

A lembrança espontânea que ampara o menino triste...

O concurso silencioso, conquanto humilde, em favor do amigo hospitalizado...

O serviço discreto às casas beneficentes...

O livro renovador ao companheiro em desânimo...

A gentileza para com o vizinho enjaulado na pro­vação...

A cooperação indiscriminada a esse ou àquele se­tor de luta...

Não esperes, portanto, que a vida te imponha uma cruz de ouro para ajudar e servir.

Lembra-te de que os chamados ricos, por se encar­cerarem nas algemas do «muito», nem sempre podem auxiliar, sem delongas, presas que são de suspeitas atro­zes, na defensiva dos patrimônios que foram chamados a manobrar, na extensão do progresso...

Ora por eles, ao invés de reprochar-lhes a hesita­ção e a conduta, porquanto, se tens amor, sairás de ti mesmo com o «pouco» abençoado que o Senhor te con­fia e, de pronto, obedecerás ao próprio Senhor, espalhando, em Seu nome, a força da paz e o benefício da luz.


Do livro Religião dos Espíritos, cap. 25, obra mediúnica psicografada pelo médium Francisco Cândido Xavier.



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