Potencial - Rogério Coelho

Jesus conhece o potencial de cada um de nós

“A luz elétrica que clareia, surge da força ciclópica que estava a perder-se.” - Joanna de Ângelis


Há tempos Paulo, o valoroso doutor tarsense, vinha recebendo os mais suaves influxos do Mais Alto pela bondosa e meiga influência dos irmãos Abigail e Estêvão, respectivamente, sua ex-noiva e o jovem que o mesmo doutor mandara apedrejar até à morte, tornando-se o primeiro mártir do Cristianismo nascente... Os dois irmãos, dos altiplanos da Espiritualidade Maior, fiéis ao mandato divino, com o buril do amor e o algodão da paciência, trabalhavam ativamente para penetrar a dureza daquele coração galvanizado no ódio aos cristãos e na fidelidade à legislação mosaica.

O grande momento chegara, enfim! ...

O Mestre Maior veio pessoalmente inundar de luz e implodir o azinhavre do “homem-velho” que comandava o destino do prestigiado e poderoso doutor tarsense.

Os penosos trabalhos da Seara estavam clamando por aquele vanguardeiro rebelde e equivocado. Impossível adiar mais!...

Os primeiros telhados da velha Damasco, já podiam ser divisados no horizonte.   Em pleno meio-dia, após atravessar o ardente deserto sírio, o futuro Apóstolo dos Gentios, o “vaso escolhido”, quedava-se vencido pelo irrecusável convite do Divino Pastor.

Ele saíra para matar; agora estava pronto para amar e ensinar!

A força ciclópica que estava a perder-se nos desmandos do fanatismo soez seria agora canalizada para a propagação e sedimentação da Boa Nova entre os homens.

Suas cartas e feitos atravessariam incólumes os milênios, sustentando e contribuindo para a redenção das criaturas.

Jesus, ontem como hoje, conhece o potencial de cada um de nós... Todos temos talentos que se faz mister multiplicar, para podermos, empós, receber o benefício dos frutos sazonados do amor e das conquistas espirituais, as únicas imperecíveis e definitivas.

Jesus conhece-nos a todos e espera - bondosamente - pela nossa resolução em aceitar-Lhe os alvitres e que resolvamos, a exemplo de Paulo, dirigir-Lhe, submissos, a célebre pergunta em nossa estrada de Damasco: “Senhor, que queres que eu faça?”



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