Um até breve

“... Finados! Mas quem findou?
Respondo filosofando,
A morte só libertou infinitos sóis em bando!” (Jerônimo Mendonça) 


Uma mente verdadeiramente brilhante despediu-se da nossa Terra, no dia 13 de outubro, dois dias antes da desencarnação de Hugo Gonçalves, o nosso paizinho do Lar Infantil Marília Barbosa, a quem ele muito amava, que partiu do mundo no dia 15 de outubro, há alguns anos.

O nosso Dr. José Antônio Vieira de Paula partiu, depois de uma árdua batalha de cerca de 4 anos contra um linfoma. Foi um lutador. Não resistiu à última quimioterapia. Essa lhe fazia muito mal desde o início, já o havia levado à UTI em vez anterior, mas ele tentava. Dessa última vez o corpo não suportou. Ficou quase 20 dias na UTI antes de se despedir do mundo.

Temos a certeza de que foi muito bem recebido, pelo trabalho que realizou. Na medicina, particularmente nos últimos anos, com os florais, uma de suas especializações, pois também fez Homeopatia e Acupuntura, auxiliou a muitos. Respeitado na sua área médica em todo o norte do Paraná. No Espiritismo, um dos melhores oradores espíritas do Paraná.

Tinha uma coluna no Jornal “O Imortal” que era muito agradável de se ler. Esperávamos todos os meses pela coluna do José Antônio. Escreveu até ter que parar devido à doença.

Participava do programa de rádio “Além da Vida”, do centro Espírita Allan Kardec de Cambé, que vai ao ar aos domingos, pela rádio Londrina AM.

José Antônio tinha uma capacidade de analisar o Evangelho de modo intenso e racional. Acometido pela doença, lutando contra ela, ainda assim, exemplificou quanto pôde, principalmente nesse último ano de pandemia. Foi uma força para todos. Através do Centro Espírita Meimei, de Londrina, fazia gravação de vídeos de cerca de 10 minutos, sobre uma temática, que desenvolvia à luz do Espiritismo com brilhantismo. Seus vídeos eram aguardados semanalmente. Todos os amigos e confrades espíritas da região sabiam de sua luta contra a doença e ele representou, para todos os que estavam retidos em casa pela pandemia, uma luz que se acendia, todos os finais de semana, com seus esclarecimentos espíritas.

Seu encontro com o Espiritismo, como ele próprio dizia, se deu quando conheceu Hugo Gonçalves, dirigente do Lar Infantil Marília Barbosa, do Centro Espírita Allan Kardec e do jornal “O Imortal”.

Contava José Antônio que trabalhava como médico na Santa Casa de Cambé. Certa ocasião, estava angustiado com uma jovem adolescente que tentara o suicídio e não era a primeira vez. Desejava ajudá-la e seu sofrimento não o abandonava. Imerso em seus pensamentos, caminhando um pouco, viu-se em frente do Centro Espírita Allan Kardec. Fazia tempo que desejava conhecer Hugo Gonçalves, o querido “paizinho” de Cambé. Aquele era o ensejo. Apresentou-se e conversou um tempo com o Senhor Hugo. Manifestou-lhe sua ânsia por se tornar um ser humano melhor, por conhecer melhor o Espiritismo.

Naquele mesmo dia, Hugo, que tinha uma incrível mediunidade e reconhecia quem seriam os trabalhadores do Espiritismo, direcionados para suas mãos, convidou-o a participar de uma reunião mediúnica, que seria naquela noite. Ele foi.

Durante a reunião, manifestou-se um espírito de uma mulher que desencarnara há 4 anos e ainda não compreendia seu estado de desencarnada. Queixou-se de angústia e de cheiro de velas. Foi carinhosamente amparada e saiu agradecida. Quando José Antônio voltou ao hospital, deparou-se com uma surpresa. A jovem bem disposta e sorrindo. Ele lhe perguntou como havia melhorado daquele jeito. Ela lhe respondeu que há cerca de 4 anos, quando sua mãe desencarnara, ela sentia uma angústia muito grande e um cheiro de velas que a perseguia. Isso tudo desapareceu naquela noite e, em anos, agora ela se sentia bem.

Ele compreendeu que o espírito atendido na reunião era a mãe dessa jovem. Despertou para o estudo do Espiritismo, tornando-se frequentador e trabalhador do Centro Espírita Allan Kardec. Desenvolveu a psicofonia. Começou a escrever para o jornal e depois de algum tempo, começou a fazer palestras. Suas palestras encantavam.

Fundou a Casa do Pão, de Londrina, que depois de alguns anos foi renomeada com o nome de Núcleo Espírita Hugo Gonçalves, em homenagem ao Paizinho Hugo.

José Antônio foi um exemplo de luta. Admirava muito Jerônimo Mendonça, O Gigante Deitado, de Ituiutaba, a quem pôde conhecer pessoalmente, quando Jerônimo, a convite de Hugo Gonçalves, veio fazer palestra em Cambé e na região. O exemplo de resignação do Jerônimo por certo o ajudou muito.

A morte do corpo terminou com sua jornada terrena, mas pelo tanto que realizou, exemplificou e vivenciou, foi indubitavelmente muito bem recebido no mundo espiritual, por diversos amigos e seres amados. Com certeza, Hugo Gonçalves estava lá.

A morte é apenas uma despedida do corpo que se foi. O espírito eterno, imortal, continuará trabalhando, até a vitória do bem, pois é isso o que faz o cristão e o espírita e o cristão, são uma e a mesma coisa.

Nosso até breve para o José Antônio e que seja muito feliz numa das moradas da casa do Pai.



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