Uma doutrina católica dogmática e espírita - José Chaves

Existe contato entre os Espíritos desencarnados e os encarnados. E isso está mais do que provado pela ciência espiritualista e a Bíblia.

Todo espírito comunicante, por mais perverso que ele seja, ele é um espírito humano que, com sua inteligência e seu livre-arbítrio, se tornou mau por ele mesmo. Mas e os demônios? Antes, eles eram espíritos humanos simples e ignorantes, ou seja, imperfeitos, como todos nós o somos, e que, por serem imperfeitos, tornaram-se maus e ficaram conhecidos, bíblica e teologicamente, por demônios, pois esta palavra, em grego, “daimon” (plural “daimones”) são as almas ou espíritos dos mortos. Mas um erro grave é que todos os demônios passaram a ser considerados espíritos somente maus e de outra categoria não humana... Este é um dos mais graves erros do cristianismo que o Espiritismo e outros segmentos religiosos nos demonstram. E eis outras palavras da mesma raiz de “daimon” que nos mostram também que os demônios somos nós mesmos espíritos humanos: demografia, demográfico, democracia e a própria palavra demo que significa também demônio. Outra palavra que significa também “daimon” em grego é “pneuma” e que são Jerônimo traduziu para a sua Vulgata Latina por “spiritus” (espírito ou alma) “bônus” ou “maleficus”. E quando foi instituído pelos teólogos o Espírito Santo Trinitário, surgiu uma grande confusão entre ele e os espíritos humanos, confusão esta, que ainda não foi resolvida até hoje, e que já foi objeto de várias matérias desta coluna.

Mas vamos à doutrina católica dogmática espírita chamada Comunhão (Intercomunhão) dos Santos e criada bem no alvorecer do cristianismo. Segundo ela, há três Igrejas: a Triunfante, já vencedora, é a dos céus, cujos espíritos podem nos ajudar; a Militante, a terrena; e a Padecente ou do Purgatório (mas não se sabe onde ele é), à qual podemos ajudar com preces e missas. E essa doutrina católica dogmática de relacionamento ou de ajuda recíproca entre os espíritos desencarnados e encarnados é realmente espírita. Ela virou dogma porque houve resistência contra ela pelos cristãos seguidores de Moisés que, em Deuteronômio, capítulo 18, proíbe o contato com os espíritos dos mortos. E ele proibiu esse contato por causa da ignorância do povo sobre a mediunidade, sem a qual não é possível tal contato. Por causa dessa proibição de Moisés, até hoje muitos ainda condenam o Espiritismo, o qual, como Moisés, condena também esse contato, sem o necessário conhecimento do Espiritismo.

E se Moisés proibiu o contato com os espíritos, é porque ele existe mesmo, pois ele não iria proibir uma coisa que não existe, como nos demonstra também essa verdade a Comunhão dos Santos...



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