Cartazes da vida - Marcelo Gama

Calúnia – tormento vão
Em que a sombra se atropela.
Injúria é sempre razão
Daquele que está sem ela.

Enquanto houver sombra em nós,
Teremos angústias mil...
Só escultura acabada
Não mais reclama buril.

A vida tem, a rigor,
Duas lições a contento:
Quem não aceita a do amor
Recolhe a do sofrimento.

Triunfa, em qualquer lugar,
Quem conserva por dever
O hábito de calar
O que é preciso esquecer.

A quem te ofende na vida,
Coração, ama e perdoa!...
Terra magoada e ferida
Faz o pão que te abençoa.

Trovas recebidas melo médium Francisco Cândido Xavier, em reunião na Comunhão Espírita Cristã, na noite de 10-12-1966, em Uberaba-MG.

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MARCELO GAMA, (1878- 1915) pseudônimo de Possidônio Cezimbra Machado foi um poeta e jornalista brasileiro. Foi um dos maiores representantes da poesia simbolista no Rio Grande do Sul. Sua obra se resume a três livros: Via Sacra (poesia), de 1902; Avatar (peça dramática em versos), de 1905; e Noite de Insônia (poesia), de 1907, reunidas em 1944, no Rio de Janeiro, num único volume acrescido de outros poemas. Foi membro fundador da Academia Rio-Grandense de Letras.



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