Flores de Israel e Exodus

Usando sempre uma frase muito popular, de que as flores encantam a alma, começo nossa crónica deste mês, para os amados leitores e leitoras do Jornal O Imortal. Ofereço as flores lindas de Israel com suas nuances, formatos e cores variadas, e mesmo as que florescem no deserto uma vez ao ano, mudando a paisagem e atraindo insetos, pássaros e os olhos dos amantes da natureza.

Troco muitas mensagens com minha doce amiga Miriam, uma valorosa trabalhadora espírita, nas terras onde nasceu nosso Mestre Jesus. Entre uma e outra, recebo fotos de flores inigualáveis, e a associação imediata com Jesus se faz em nossos corações. Parece que retornam à nossa mente lembranças milenares de um passado que ao mesmo tempo que nos trouxe a luz do amor e do perdão, por Ele pregados, mas também vivemos em sombras do ódio da escravidão e da miséria.

Com estas flores lindas, volto um pouco à minha infância, quando pela primeira vez nesta encarnação me foi dado de presente ir ao matinê de domingo à tarde em Curitiba, quando eu contava 10 anos de idade. O impacto do filme Exodus foi tão grande em minha consciência, que revivi em espírito a diáspora da guerra, a fuga dos judeus, deixando a Palestina, deixando Israel salvando crianças órfãs. O leitor ou leitora que tem a minha idade, em torno dos 71 anos, poderá lembrar-se desse filme tão realista, biográfico, retratando mais uma diáspora, entre muitas, desse povo da Terra Santa.

O conhecimento da reencarnação, que não é propriedade do Espiritismo, e sim das Leis Naturais e essas estão inseridas em todas as filosofias espiritualistas, nos ajuda a remontar a memória de passadas existências, com flashes que nos despertam em vários momentos desta nossa presente “vida”.  As recordações espontâneas nos trazem reforço de que a vida eterna, em suas diversificadas existências, nos solidifica a crença no Criador, no Pai/Mãe Deus de amor e bondade, que nos lega a sua genética divina, e daí temos a certeza de que em algum dos milênios incontáveis à nossa frente seremos também perfeitos, pois perfectíveis já somos.

Vocês, leitor e leitora queridos, já sentiram alguma vez saudades de uma vida de que não se lembram em seus mínimos pormenores? Se sentimos saudades é porque tivemos muito mais momentos edificantes, iluminativos, em determinada reencarnação, do que dores, provas, testes vividos e vencidos. Cada encarnação é uma etapa escolar que vamos vivendo; melhorando as notas nos testes, “passamos de ano”, para um novo grau “escolar”.

Assim, nas trocas de mensagens com minha doce amiga de Israel, acompanho os 52 graus de calor diário no “summer” verão, as oliveiras antigas milenares rodeadas de flores, o resplandecente Monte Hermon coberto de neve em março no Golan, as lindas flores Íris do deserto do Neguev. Interessante que esse deserto está situado no sul de Israel e ocupa cerca de 60% do território.

A flor Íris é muito diferente em seu colorido púrpura salpicado de outras cores e floresce no norte da Galileia e do Golan. De extrema beleza e emoção são os momentos de se acompanhar o pôr do sol na Galileia, ou a paisagem das montanhas arenosas, onde a Gruta guardava os papiros. Interessante que a Wikipédia nos informa que os Manuscritos do Mar Morto são uma coleção de centenas de textos e fragmentos encontrados em cavernas de Qumran, no Mar Morto, no fim da década de 1940 e durante a década de 1950. Foram compilados por uma doutrina de judeus conhecida como Essênios, que viveram em Qumran do século II a.C., até aproximadamente 70. Não podemos deixar de lembrar das duas águas, a água da vida, do lago de Genesaré, e a água parada do Mar Morto, onde nosso corpo flutua sem esforço, pelo alto teor de sal, que fica grudado na pele. Segundo os cientistas, na comparação, os oceanos apresentam cerca de 35 gramas de sal por litro de água, o mar Morto tem aproximadamente 300 gramas.

Assim, vivenciando memórias, em algum lugar desse arquivo espiritual estão as idas e vindas de nosso espírito perfectível, e nós nos damos as mãos em torno dos ensinos do meigo Nazareno, nosso Mestre Jesus, que certamente tocou nestas lindas flores de Israel, andou pelas oliveiras, vivenciou com os apóstolos o pôr do sol, e em cada situação, o Mestre dos mestres nos deixou uma lição que podemos vivenciar ainda hoje, seja onde for, aqui ou em terras de além-mar.

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Elsa Rossi, escritora e palestrante espírita brasileira radicada em Londres, é presidente da BUSS - British Union of Spiritist Societies.



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