Jesus ou Barrabás? Olavo Bilac

Sobre a fronte da turba há um sussurro abafado.
A multidão inteira, ansiosa se congrega,
Surda à lição do amor, implacável e cega,
Para a consumação dos festins do pecado.

                                  *

“Crucificai-o!” – exclama… Um lamento lhe chega
Da Terra que soluça e do Céu desprezado.
“Jesus ou Barrabás?” – pergunta, inquire o brado
Da justiça sem Deus, que trêmula se entrega.

                                   *

Jesus! Jesus!… Jesus!… – e a resposta perpassa
Como um sopro cruel do Aquilão da desgraça,
Sem que o Anjo da Paz amaldiçoe ou gema…

                                    *

E debaixo do apodo e ensanguentada a face,
Toma da cruz da dor para que a dor ficasse
Como a glória da vida e a vitória suprema.
 

Foto: extraída do site https://www.juventudeespirita.com.br/

Nota: A poesia acima, psicografada por Francisco Cândido Xavier, faz parte do livro Parnaso de Além-Túmulo
Obra completa: https://www.febeditora.com.br/parnaso-de-alem-tumulo



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