O conceito de saúde

Lexicamente, “saúde é o estado do que é são, do que tem as funções orgânicas regulares.”

A Organização Mundial de Saúde elucida que a falta de doença não significa necessariamente um estado de saúde, antes, porém, esta resulta da harmonia de três fatores essenciais, a saber: bem-estar psicológico, equilíbrio orgânico e satisfação econômica, assim contribuindo para uma situação saudável do indivíduo.

Num período de transição e mudança brusca da escala dos valores convencionais, com a inevitável irrupção dos excessos geradores da anarquia, a saúde tende a ceder espaço a conflitos emocionais, desordens orgânicas e dificuldades econômicas, propiciando o surgimento de patologias complexas no homem.

A sociedade enferma perturba-o, e este, desajustado, piora o estado geral do grupo.

O sentido de dignidade pessoal, nesta situação, é substituído pela astúcia e pelo prazer, proporcionando distonias emocionais que facultam a instalação de enfermidades orgânicas de variada procedência.

Abstraindo-se destas últimas, aquelas que são originadas por germes, bacilos, vírus e traumatismos, multiplicam-se as de ordem psicológica, que se avolumam nos dias atuais.

O homem teima por ignorar-se. Assume atitudes contraditórias, vivendo comportamentos estranhos. Prefere deixar que os acontecimentos tenham curso, às vezes, desastroso, a conduzi-los de forma consciente.

Os dias se sucedem, sem que ele se dê conta das suas responsabilidades ou frua dos seus benefícios em uma atitude lúcida, perfeitamente compatível com as conquistas contemporâneas.

Surpreendido, no entanto, pela doença e pela morte, desperta assustado, sem haver vivido, estranhando-se a si mesmo e descobrindo tardiamente que não se conhecia. Foi um estranho, durante toda a existência, inclusive, a ele próprio.

A saúde, entretanto, fá-lo participativo, membro atuante do grupo social, desperto e responsável na luta com que se enriquece de beleza e alegria, assumindo posições de vigor e segurança íntima, que lhe constituem prêmio ao esforço desenvolvido.

A falta de saúde, que se generaliza, conduz a mente lúcida a um diagnóstico pessimista, o que não significa ser desesperador.

Em tal situação, por falta de outra alternativa, o homem enfrenta a dificuldade, por ser pensante, e altera o quadro, impulsionado ao avanço, a aceitar os desafios.

Deixa de fugir da sua realidade, descobre-se e trabalha para alcançar etapas mais lúcidas no seu desenvolvimento emocional, pessoal.

Quem se resolve, porém, pela submissão autodestrutiva, não merece o envolvimento respeitoso de que todos são credores diante dos combatentes, porquanto, deixando de investir esforços, abandona a sua dignidade de ser humano e prefere o esfacelamento das suas possibilidades como sendo o seu agradável estado de saúde, certamente patológico.

A saúde produz para o bem e para o progresso da sociedade, sem compaixão pelos mecanismos de evasão e pieguismos comportamentais vigentes.

Realizadora, propele a vida para as suas cumeadas e vitórias, sem parada nas baixadas desanimadoras.

Do livro O Homem Integral, Quinta Parte, cap. 17, de Joanna de Ângelis, psicografado pelo médium Divaldo Franco.



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