Um gesto e mudamos o mundo

Natural de Londrina (PR), cidade onde reside há 53 anos, Fúlvia Gonçalves Perassolli é bacharel em Ciências Contábeis pela UNOPAR – Universidade Norte do Paraná e já foi parte integrante da diretoria do CEAK Cambé (Centro Espírita Allan Kardec de Cambé).

Atualmente trabalha na seara espírita como evangelizadora e coordenadora do DIJ (Departamento da Infância e Juventude), no Centro Espírita Meimei de Londrina, além de coordenadora do DIJ da 16ª URE – União Regional Espírita da FEP, além de integrante do grupo mediúnico no CEAK Cambé.

Em que momento teve contato com a Doutrina Espírita?

Antes de reencarnar (ah! ah! ah!). Tive a bênção de nascer em uma família maravilhosa e espírita. Sempre brinco que Deus mirou e me acertou.

Como você avalia ser espírita? É difícil como alguns dizem?

Não é difícil. Confesso que ser espírita é tudo muito simples. É como me alimentar, escovar os dentes, é essencial na minha vida. Tenho o hábito de agradecer o tempo todo, como agradecer a chuva, o frio, o sol e o ar. Amo ser espírita, pois me conforta.

Dos três aspectos do Espiritismo - científico, filosófico e religioso -, qual é o que mais a atrai?

Difícil responder, porque amo cada fato, cada explicação. Mas quando estou evangelizando ou quando me encontro com alguém, falo com convicção que a Doutrina Espírita tem respostas concretas para todas as dúvidas. Me encantam os aspectos científico e religioso.

Que autores espíritas mais lhe agradam?

André Luiz, Francisco de Assis, Divaldo Franco, Manoel Philomeno de Miranda, Rossandro Klinjey, Haroldo Dutra Dias e Vera Lúcia Marinzeck de Carvalho.

Que livros espíritas que tenha lido você considera indispensáveis aos irmãos que estão iniciando sua jornada?

O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, Violetas na Janela, de Vera Lúcia M. de Carvalho, Paulo e Estêvão, de Emmanuel/Chico Xavier e A Gênese, de Allan Kardec.

Se você fosse passar alguns anos num lugar remoto, com acesso restrito às atividades e trabalhos espíritas, que livros pertinentes à Doutrina Espírita você levaria?

A Gênese, de Allan Kardec, Parábolas e Ensinos de Jesus, de Cairbar Schutel, e ,por fim, Novo Testamento, tradução de Haroldo Dutra Dias.

As divergências doutrinárias em nosso meio reduzem-se a poucos assuntos. Um deles diz respeito ao Espiritismo laico. Para você o Espiritismo é religião?

Sim, é a religião de amor e caridade. Alguns irmãos ainda não se encontraram e buscam algo que ainda não definiram, afinal a felicidade está nas pequenas coisas. A melhor religião, para mim, é aquela que nos conforta e completa todas as lacunas de dúvidas existenciais. Não me vejo fora do Espiritismo.

Como você vê a discussão em torno do aborto?

Com sentimentos egoístas e com direitos recheado de “achismos”. Vale lembrar que cada ser humano tem seu livre-arbítrio e que temos as leis de causa e efeito. Nós, evangelizadores, palestrantes e pais temos por obrigação divulgar mais aos jovens sobre as programações reencarnatórias e as expiações e provas que surgirão em virtude das escolhas que envolvem este assunto.

O movimento espírita em nosso País lhe agrada ou falta algo nele que favoreça uma melhor divulgação da Doutrina Espírita?

Vejo que nos últimos tempos, com as redes sociais, a Doutrina Espírita está sendo mais divulgada, havendo dessa maneira mais adeptos trabalhando pela sua disseminação. Evidente que muitos, imagino, são espiritualistas, mas é assim que se começa. Vale ressaltar que a divulgação através de jornais e das federativas espíritas é imprescindível.

A preparação do advento do mundo de regeneração em nosso planeta já deu, como sabemos, seus primeiros passos. Daqui a quantos anos você acredita que a Terra deixará de ser um mundo de provas e expiações, passando plenamente à condição de um mundo de regeneração, em que, segundo Santo Agostinho, a palavra amor estará escrita em todas as frontes e uma equidade perfeita regulará as relações sociais?

Precisar em quantos anos a nossa querida Terra se tornará Amor Puro, não consigo, mas se cada um de nós fizer como o Beija-flor, que contribui para a polinização das plantas, espalhando amor por onde passarmos, teremos o nosso lindo planeta azul regenerado em breve.

Em face dos problemas que a sociedade terrena está enfrentando, qual deve ser a prioridade máxima dos que dirigem atualmente o movimento espírita no Brasil e no mundo?

Despertar o amor ao próximo como prioridade máxima.

Como você acha que as Casas Espíritas podem ajudar as crianças e os jovens que tanto sofrem com ausência de uma boa estrutura moral no seio familiar?

Encorajando e apoiando os dirigentes das Casas Espíritas, para que desperte nos pais desses jovens a compreensão da importância da orientação religiosa na vida de todos nós, adultos e crianças. A evangelização das crianças e jovens é essencial para formar pessoas do bem.

Gostaria de acrescentar algo mais?

Que todos somos evangelizadores, pois uma palavra, um olhar ou até mesmo um gesto pode mudar o mundo.

Uma mensagem final aos nossos leitores

Acredite em si próprio, pois somos filhos de Deus a caminho da evolução, e que todos compreendamos que o amor não precisa ser explicado, apenas vivido.